terça-feira, 21 de abril de 2015

Inteligências Múltiplas


    Há duas semanas (precisamente em 06/04/2015) fui à Universidade para ter aula de Práticas Educacionais com a queridíssima professora Ana Maria. O objetivo do dia era pontuar os principais filósofos e pensadores que contribuíram positivamente para a Pedagogia ao decorrer dos séculos.

   Dentre todas personalidades incríveis mensuradas, uma delas me chamou atenção não só por seu estudo brilhante, mas principalmente pelo grau de relevância da sua utilização na Educação Contemporânea. 



Howard Gardner (1943).




















   O pensador em questão é Howard Gardner, criador da Teoria das Inteligências Múltiplas (obra: Frames of Mind, de 1983.). Ao desenvolvê-la, nos anos 80, provocou um grande impacto no âmbito pedagógico por considerar questões até então insignificantes. Anteriormente, o psicólogo francês Alfred Binet elaborou os famosos testes de QI (quociente de inteligência) padrão utilizado para a avaliação de inteligência que media, basicamente, a capacidade de dominar o raciocínio que hoje conhecemos como lógico-matemático, mas que durante muito tempo foi empregado para julgar se as crianças correspondiam (ou não) ao desempenho escolar esperado para a idade delas.

   O principal pressuposto dessa teoria é que possuímos habilidades diferenciadas para cada tipo de atividade e, portanto, possuímos mais de um tipo de inteligência (oito ao total), embora todos os tipos estejam interligados. Com o tempo, cada indivíduo desenvolve maior aptidão com essa ou com aquela, o que explica um indivíduo extremamente rápido em cálculos e péssimo em arte.

   Gardner considera duas implicações extremamente importantes, e que devem ser consideradas pelo educador ao longo do processo de ensino, com o objetivo de gerar aprendizagem:


1ª: Individualizar a Educação, ou seja, fazer com que o aluno seja capaz de aprender considerando sua perspectiva e particularidade na maneira de pensar, excluindo a prática de métodos iguais para todos. 

2ª: Pluralização, isto é, utilizar diversas metodologias para transmitir o conhecimento. Dessa forma, o professor conseguirá alcançar mais jovens, ou mais adultos, porque cada um se identifica e aprende mais com determinada ferramenta (filmes, vídeos, histórias, debates ou interações). Nesse momento, as tecnologias surgiram como uma forma mais simples para sistematizar a aplicação das ideias de Gardner em sala de aula. As ferramentas disponibilizadas (como games e plataformas adaptativas, por exemplo) facilitaram imensamente o dever do professor de propor novas didáticas e avaliar o desenvolvimento dos alunos.

   É fundamental que o educador modifique sua forma de avaliar, partindo do princípio que nem todos os alunos possuem os mesmos interesses e habilidades, e nem todos alunos aprendem da mesma maneira. É necessário, portanto, reconhecer, estimular e valorizar as diversas inteligências em seus alunos, a fim de propagar o verdadeiro aprendizado, excluindo práticas ultrapassadas de avaliações conteudistas e pré-julgamentos. Todos os alunos sabem alguma coisa, uma vez que estamos em situações de aprendizes a todo momento (de maneira formal ou informal), e o que sabem deve ser considerados pelo professor em sala de aula, com o intuito de construir novos conhecimentos e torna-lo significativo.


   Encerro esse post com uma frase que reforça que todos são capazes e que é função do professor propiciar situações de aprendizagem que valorizem e incentivem as habilidades e competências individuais, e com um vídeo do Chico Bento que exemplifica o conceito visto acima.

“As inteligências são múltiplas, assim como as formas de aprender.”

domingo, 5 de abril de 2015

Reflexão: Redes sociais na Educação



A relação entre web e Educação é um assunto discutido à um bom tempo. Os benefícios que o professor passou a ter com o auxílio das novas tecnologias no desempenho de suas funções, gerou resultados altamente positivos considerando o processo de ensino-aprendizado, logo, propiciou ao longo do tempo a criação de jogos, sites e ferramentas direcionadas especialmente para a área que contempla o Ensino. O Edmodo - rede social educativa de origem norte americana - promoveu integração entre alunos, professores, coordenação e até mesmo os pais, sendo utilizada no mundo acadêmico dos EUA. 

A ideia é realmente brilhante. Aliás, toda criação com o intuito de dissipar o tradicionalismo e acompanhar as novas tendências é válida e proveitosa. Nós, enquanto alunos, necessitamos de meios que facilitem e aprimorem os estudos, e não há dúvidas de que o mundo virtual é o mais capacitado para isso. 

Segundo uma publicação do site G1.globo.com, em dois anos o número de professores no Brasil que utilizam o computador em aula dobrou. Mas infelizmente isso não é o suficiente. É possível perceber na reportagem inúmeras falhas que acabam por dificultar esse processo de inclusão da tecnologia nas escolas públicas do país. O despreparo dos profissionais perante adequar proposta pedagógica e web, bem como a escassez de equipamentos e internet lenta são os principais pontos negativos encontrados em nossas escolas. 

Por isso, a determinação do profissional nesse cenário é imprescindível. É nosso dever como educador enxergar apenas o lado positivo, executar nossa função da melhor forma e saber valorizar os resultados que surgem. Temos a missão de construir cidadãos capazes e qualificados, então, "bora" deixar o preconceito da era digital e a amargura perante o sistema de lado, levantar e fazer a diferença na vida de nossos alunos. Estamos aqui para isso. 







O professor adentra a sala de aula com o desafio de lecionar no tempo máximo de 50 minutos, muitas vezes insuficiente para promover uma aula proveitosa, quem dirá desenvolver um bom relacionamento com a classe. Então, porque não deixar que a internet faça a mediação entre ambos?

Que os jovens são adeptos da tecnologia e das redes sociais, não é segredo pra ninguém; que muitos professores passaram a pertencer a essa realidade, talvez seja.  A questão é o relacionamento virtual que ambos podem vir a desempenhar. Há quem diga não enxergar fatores positivos (tanto alunos como educadores), outros preferem deixar as barreiras de lado e afirmam não ver problemas, muito menos deixar de ter contato nesse ambiente.

Eu concordo com o segundo ponto de vista, porém reforço algumas medidas. Primeiramente, é fundamental que o profissional não deixe que a postura do aluno na rede social interfira na sala de aula - seja no tratamento ao mesmo, ou nas menções finais. A liberdade de expressão há de permanecer e ser respeitada, sobretudo por parte do mais velho que detém de maior conhecimento e experiência. Dessa forma, evitar ao máximo intervir sobre erros ortográficos, dar lições de morais ou fazer qualquer comentário que demonstre autoridade e deixe o indivíduo constrangido. 

Além dos pontos positivos mensurados no artigo, destaco mais um: fortalecimento da sensibilidade. O aluno descobrirá que o professor(a) é gente como ele, que vai a festas, dança, se diverte e que talvez aquela seriedade apenas pertença a sua conduta profissional. Da mesma forma que o professor vê autonomia, criatividade, conhecimento - em poesia por exemplo - naquele aluno tímido, escondido no final da sala. A médio prazo ficarão mais próximos, construindo uma intimidade que ora não existia e que com certeza terá um reflexo positivo em sala de aula.

Em suma, esse contato no meio escolar é uma forma de desmentir a oração propagada por muitos, de que "a tecnologia afasta as pessoas." Pelo contrário: aproxima, fortalece e mantém um relacionamento saudável entre ex, atuais e futuros professores/alunos, promovendo sempre uma aprendizagem informal no instante que passam a trocar experiências.