Há duas semanas precisei ler um livro para realizar um seminário na disciplina de História da
Educação, a qual integrava o projeto ‘Universidade que lê’. Foram
disponibilizadas 3 obras para que os alunos escolhessem e, conversando com meu
grupo, optamos pela leitura de Rubem Alves. Fora a primeira oportunidade de
mergulhar nos textos incríveis do autor, e me apaixonei instantaneamente.
O livro em
questão é “Conversas
com quem gosta de ensinar” (1981) e como o título remete a obra é um
diálogo com o Educador, e trás profundas reflexões ao abordar temas importantes
como a formação do educador, a diferença entre o professor e o educador, o processo
educacional e a qualidade total na educação. A leitura torna-se cada vez mais
prazerosa pela abordagem de uma linguagem dinâmica e criativa, tornando o
assunto mais interessante, e para isso utiliza histórias e até mesmo de fábulas
para uma melhor compreensão do conteúdo.
Não irei
aprofundar os capítulos porque espero motivá-los a efetuar a leitura do livro
no término dessa postagem - sobretudo aos profissionais que pertencem a essa
área, seja a pouco ou muito tempo. Porém, quero deixar registrado uma das mensagens
que mais me chamou atenção e que julgo uma das mais relevantes. Já no início Rubem enfatiza: “professor é
profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao
contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor,
de uma grande esperança.”
Daí surge a comparação sobre Professor e Educador. Sob sua ótica “professores são como eucaliptos”: há em abundância, são funcionários imersos em uma sociedade capitalista, com uma finalidade meramente comercial em criar indivíduos aptos a exercer funções no mercado de trabalho, e assim, contribuir para a produtividade do país. Apenas “dá a aula” ao aluno, deixando-o como elemento secundário no processo de ensino, dificultando a construção de uma aprendizagem mais significativa. Por outro lado “educadores são como jequitibás”: belos e raros; definidos por suas paixões, sonhos e esperanças, possuem uma maneira especial de compartilhar os conhecimentos, exercem a afetividade, buscam compreender o “por quê” de certos impasses que surgem eventualmente, despertam o interesse de aprender e criam situações para que o aluno seja ativo na construção do seu conhecimento, tornando-o significativo.
Logo, temos a perspectiva que educar não é uma tarefa simples, tampouco fácil. Requer acreditar na educação e lutar contra as inúmeras adversidades, manter as convicções e o mais importante: ter esperança que o pouco ou muito que temos em mãos é fundamental para a formação pessoal e social de cada um de nossos alunos.
Por fim, quando lhe indagarem “o que você é” (remetendo a profissão), não responda automaticamente.. pare; reflita: Eucalipto ou Jequitibá?
"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses." Rubem Alves |
Você com certeza será um jequitibá! Belo texto, parabéns ♥♥♥
ResponderExcluirObrigada minha linda! Sei que você também será um Jequitibá, e fará diferença na vida de muitos alunos! ♥
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir